Atualmente as mulheres desempenham múltiplos papéis na sociedade. Além de cuidarem de sua própria família, elas se revezam entre os estudos e o trabalho. O último levantamento feito pelo DIEESE/PA, realizado em alusão ao Dia das Mulheres, registrou que o Pará é o 12ª Estado brasileiro com mulheres na chefia das famílias, alcançando cerca de 1,3 milhão de lares paraenses.
A responsabilidade de chefiar seus próprios lares e a sobrecarga de tarefas é acompanhada de uma cobrança extrema, tanto da sociedade quanto delas mesmas, o que contribui para um nível de esgotamento físico e mental. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres correm um risco muito maior de desenvolver transtornos mentais como ansiedade e depressão em comparação aos homens.
Nesse cenário, muitas mulheres têm caído na armadilha de que podem dar conta de tudo. É a Síndrome da Mulher Maravilha, que mostra a visão da mulher ideal, perfeita e que dá conta de tudo e de todos. “Essa síndrome pode afetar a vida social, conjugal e profissional da mulher, levando a uma diminuição da energia e falta de prazer em atividades que antes eram consideradas prazerosas”, explica a psiquiatra Daniele Boulhosa.
Dentre os sintomas estão a ansiedade, dificuldade para relaxar, insônia, exaustão, cefaleia, impaciência, irritabilidade, tensão e até mesmo depressão. “Além disso o sentimento de culpa pode estar associado, assim como os distúrbios alimentares, autocobranças, dificuldade de concentração e alergias emocionais”, destaca Daniele.
Reverter essa realidade exige mudanças significativas na rotina da mulher e o compartilhamento de vida. “Às vezes um simples desabafo pode ajudar a diminuir o estresse e a tensão de um dia difícil. É importante ter uma rede de apoio e a consciência de que nem todo dia daremos conta de tudo, e que não precisamos nos cobrar o tempo todo. A mulher está sempre se doando ao próximo, mas ela também precisa se priorizar”, esclarece a profissional.
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